quarta-feira, 21 de abril de 2010

verdades de espelho



Vejo-me no espelho e temo. Tenho medo do que se esconde dentro de mim, atras dos olhos, entre as epidermes,... na minha sombra contida entre meus sonhos e o meu futuro. Tudo dentro de mim, do sangue a alma, do gozo a lágrima, é estranho. Como posso carregar em mim tamanho vazio de mim mesmo. Olhando nesse espelho permito deslumbrar em detalhes o meu rosto que so me revelam tristezas.

Assusto-me! ... percebo que não sou bastante, nem algo na medida certa. Percebo em pouca sabedoria, curiosidade de iniciante, que sou apenas acumulos de circunstancias. Jamais fui algo que escolhi... nunca sou! Transbordo pelas mares: sou água parada.

Retenho na minha imagem um sorriso forçado, trago à minha face as minhas mãos e toco sem brandura. Sinto que agora perdi minha juventude, agora conheço o segredo da morte: nunca mais o gosto da imortalidade, nunca mais a eternidade. Sou velho e pura circunstancias.

Tento segurar as lágrimas. Mas elas me afundam... e estou eu devolta na maré... esperando a salvação... sem ar... As minhas mãos se tocam e se estranham. Elas esperavam outras mãos de almas mais nobres.

Sim, é verdade, olhei-me no espelho e temi profundamente o que vi e o que não vi. E com cuidado lanço ao meu reflexo o bafo da tumba e escrevo com o dedo: "Salvem-me!".

sábado, 17 de abril de 2010

PRE-PRINCIPIO




Para tudo na vida há o princípio - a propria vida é gerada pelo o princípio.

Eu acredita que depois das endrenagem inicidas, viveriamos ordenando sempre visando o progresso. Mesmo com alguns problemas era o "avante!" que nos motivava. Mas essa é a visão utopica e sem graça que nos ensinaram: "- Olhe sempre pra frente, menino", dizia a voz autoritaria para evitar que não tropeçassemos no inexperado. Talvez essa voz tambem desejasse que não deparassemos com algo maior: o precipício.

Ja pensou, nós, ainda crianças, caminhando amigavelmente desatentos por um caminho e cegos pela não preocupação, avançassemos pela imensidão do susto. O que sentiriamos? Medo?! Ou, inoscentemente abririamos os braços e achariamos que voavamos?

Há quem diga que essa queda seria o fim... Para essas pessoas, quando crescem e se vestem de boas educações e moralidades, tornam-se temerosas à imensidão das novas aventuras do desafio de manter-se vivo.

Eu era uma dessas pessoas... ou melhor, suponho por uma ignorancia madonha que estou superando essa limitação, então me imponho a possibilidade de não ser mais. ... Acreditei que a queda me derrubava, que na ordem dos acontecimentos, eu estaria a finalizar o meu progresso com o fracasso.

Contudo, na casualidade da queda estendi os braços e minhas mãos tocaram na esperança que esperançosa esperava o meu abraço. E foi com esse toque dessa mão que me aguardava que descobri que na verdade eu me deparava com "pré-principio" de tudo. Então, a endrenagem voltou a funcionar em ritmo próprio ate torna-se um organismo - puro pulsar de vida.

terça-feira, 6 de abril de 2010

O primeiro dia depois de todos

Tudo começa a muito tempo atrás, a data é incerta, mas termina dia 5 de abril. E quanto tudo parecia terminar, o que parecia ser o fim, de ironia ou algo divino, quem sabe?, é o início. Marco zero.

E depois do marco zero, depois do saldo negativo, resta alguma coisa positiva.

Se o sol nasceu do mesmo jeito, talvez isso possa significar, pra quem precisa de significado, uma esperança. A minha esperança não é apenas o sol que nasce do mesmo jeito, ele não tem outra opção, eu tenho. Eu tenho mais do que opções: tenho amor no peito, na pele, nos olhos. Isso me vale, saber que tenho tudo que preciso dentro de um amor.

Infelizmente esse romance não pode ser dos contos de fadas, que uma lágrima transforma a morte em vida. É real e na medida certa. Se não cura, ele consola.

E nesse novo primeiro dia, quando me perco nas angústias, o calor de uma mão me leva para paz. Percebo eu agora, de todos os "eu te amo" que escutei na vida, o que me salva da solidão é um aperto de mão.