Há dias em que algo na gente, alma ou estômago mesmo, fica miúda dentro de nós. Um pouco de solidão, um pouco de tristeza ficam a ocupar parte do espaço que ficou sobrando entre a epiderme e a alma ou por entre as entranhas. Sei, que nesses dias, dias em que tudo fica meio pela metade, que não estamos completos, que estamos tristes e melancólicos, o tempo passa arrastado por entre o cotidiano. Nesses dias, há aqueles que encontram sossego no escuro ouvindo música, ou no silêncio. Há outros que ligam a teve e fica a espera que o tédio adormeça. Eu sou de outro tipo - não raro! - fico à espera de uma ligação, alguem especial que possa salvar o dia pela noite, escutando aquela voz que me deixará seguro mesmo que perdido, sentir afetos e afagos que, com doçuras, me encaminham ao sono tranquilo.
Mas o pior é que há dias que as salvações não se alcançam, a luz não apaga, o som não liga ou não desliga, a teve quebra ou o tédio não adormece. Nesses dias que a última esperança falha, no meu caso, o telefone não funciona ou a pessoa especial não liga, ou se liga, a voz me provoca medo, os afetos e afagos se tornam farpas e da doçura resta so o azedo. Nesses dias, uma hora, cedo ou tarde da madrugada, os olhos se fecham - quem sabe úmidos?! - e com o coração revirado, a esperança mesmo quase morta, torna a criar um vinculo com as forças solares que hão de nascer e a gente pensa: pode ser que amanha melhore.
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