quinta-feira, 11 de março de 2010

UM DIA RUIM



Há dias em que algo na gente, alma ou estômago mesmo, fica miúda dentro de nós. Um pouco de solidão, um pouco de tristeza ficam a ocupar parte do espaço que ficou sobrando entre a epiderme e a alma ou por entre as entranhas. Sei, que nesses dias, dias em que tudo fica meio pela metade, que não estamos completos, que estamos tristes e melancólicos, o tempo passa arrastado por entre o cotidiano. Nesses dias, há aqueles que encontram sossego no escuro ouvindo música, ou no silêncio. Há outros que ligam a teve e fica a espera que o tédio adormeça. Eu sou de outro tipo - não raro! - fico à espera de uma ligação, alguem especial que possa salvar o dia pela noite, escutando aquela voz que me deixará seguro mesmo que perdido, sentir afetos e afagos que, com doçuras, me encaminham ao sono tranquilo.
Mas o pior é que há dias que as salvações não se alcançam, a luz não apaga, o som não liga ou não desliga, a teve quebra ou o tédio não adormece. Nesses dias que a última esperança falha, no meu caso, o telefone não funciona ou a pessoa especial não liga, ou se liga, a voz me provoca medo, os afetos e afagos se tornam farpas e da doçura resta so o azedo. Nesses dias, uma hora, cedo ou tarde da madrugada, os olhos se fecham - quem sabe úmidos?! - e com o coração revirado, a esperança mesmo quase morta, torna a criar um vinculo com as forças solares que hão de nascer e a gente pensa: pode ser que amanha melhore.

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